A coleção, de inverno 2011, de André Lima foi muito reveladora para mim. Sem tirar o brilho dos cortes, shapes, das roupas em geral outro estatuto me chamou a atenção.....os acessórios.
No desfile de Andé Lima, os acessórios de cabeça foram determinantes para fechar o clima classudo e absoluto emanado nos looks.
As preciosidades foram pensadas pelo stylist Davi Ramos que idealizou algo trés couture e peças vintages. Até que a idéia começou a ficar muito díficil de se materializar, de encontrar penas antigas para manufaturar seu desejo. Assim, Davi desfez chapéus velhos de seu acervo (“Que já estavam detonados, eu jamais destruiria um chapéu em boas condições!”) e usou as penas para confeccionar as cabeças desse desfile.
Eu fiquei encantada com as idéias tanto de André Lima como de Davi, fiquei tomada pela inclinação dos artistas em propositalmente desvincularem os sentidos entre as roupas e os chapéus, pois não há conexão entre os dois. Acho que a moda brasileira clama exatamente por essa vontade de idéias genuínas, próprias do nosso lugar, do lugar de onde a gente vem.
As bolsas de Fause Haten me conquistaram, embelezaram as passarelas da SPFW de forma não menos bonita que quando a Fendi nos inundou de desejos por uma bolsa de pele.
E Fause ainda arriscou nas maxibijus.... lindas e absolutas.
Geralmente, me sinto mais tocada com as roupas , em uma primeira análise, mas existem desfiles que os acessórios chegam antes, grudam na gente...ai não tem jeito e ficam cravados na memória. Quem não lembra do desfile da Prada com as meias 7/8 e as malas de rodinha? ou do desfile da Yves sant Lauren com as manequins de peruca preta e sandalias poderosas de estrelas ? e das botas de montaria da Dior, quando a gente nem imaginava usar uma???
Os acessórios são parte elementar do desfile, da arte de vestir. Podem detonar ou enrraizar o tão procurado "estilo". E falar de acessórios encabeça muita coisa, mas o ponto é que um acessório no lugar certo nos enche de ESTILO.
Procurar ter estilo é a tarefa mais difícil que eu já vi. Sobretudo, porque estilo é a subjetividade da moda. È o controverso da moda, da arte de vestir-se bem. È o estilo que desbanca os sites de street style ou os looks de famosas revistas, mas é também a força movedora da moda. È por ele que os sites de street style existem, que o style vintage vive, que as portas de desfiles articulam tanto desejo e tantas produções.
Estilo é algo que não se ensina, ele se fortalece justamente pela falha da cópia fiel do desfile de grife e é por isso que a reprodução fiel não vinga. Se fortalece ainda pela decepção arrebatadora da produção das fashion victims grifadas que não emanam mensagem alguma.
O estilo é o subjetivo do vestir-se, o "algo nosso", daquele que veste, é o tok que só nós podemos dar a uma produção. Não se completa nem pontua algo isolado, o estilo é o todo, é a atmosfera enigmática que se constitui no sujeito e captura todos a sua volta.
Nessa conversa me vem a todo instante as palavras de Paula Lamares do site FASHION HEROINES: " ter estilo é continuar na memória depois de ter saído da sala".
Esse sapato é meu objeto de desejo.....é puro estilo.
A coleção da MIU MIU verão 2011 reune com propriedade minhas considerações pontuadas até aqui. Pois, foi pautada em acessórios belíssimos e o vídeo publicitário da marca explora a idéia de estilo( veja abaixo).
A coleção designada " Quero ser uma estrela" poderia facilmente ser trocada por " quero um estilo" e mostra tudo que articulamos nestes olhares, sobretudo a idéia de memória, de retorno, de marca que algumas pessoas nos deixam por conta do tão desejado ESTILO .
Bjussss a todosssss!!!!
Gente! Pepa!... esta maxibiju ( ? ) é realmente maravilhosa!...
ResponderExcluirTambém arrasou nos sapatos e bolsas!
Muito inspirador pra mim!
Beijos de Luz!
Obrigada querido ...te acompanho também...amei o bejus de luz... pra ti também!!!!!
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