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sábado, 24 de julho de 2010

BOTTEGA VENETA: A MAISON QUE RESGATOU O CLÁSICO






Não estamos falando do vintage da Prada, do arrebatador sexy da Gucci, do chik tecnológico e desgarradamente cool de Balenciaga, mas falo da maison responsável por trazer na contemporâneidade o classicismo caprichoso do "bem vestir" com Bottega Veneta.
A casa seguiu, tal como outras grandes maisons como: Prada, Vuitton, Dior e Lanvin, a narrativa da ressurreição. Estes movimentos de renascimento tiveram como marco inicial os anos oitenta e foram sustentados pela entrada de nomes jovens e criativos como: Galiano, Jacobs e Alber Elbaz etc.





Em 2001, com a entrada de Tomas Maier a última grande maison imortal começa seu processo pós hibernação.

Maier assumiu a frente da Bottega Venetta como diretor de criação, logo a casa viu aumentar suas vendas em 90% com a entrada do estilista. A maison criada em 1966, na região de Veneto, viu período de ouro nos anos 70, sendo embaixadora por exelência da peleteria( adoro esta palavra em espanhol para designar as casas de pele, que trabalham artezanalmente o couro) italiana em EE.UU e favorita pela tribo habitual do Studio 54, com Andy Warhol ou jackie Kennedy como alguns de seus mais notáveis clientes. A decadência da casa começou em meados dos anos noventa, depois da sucessão de personagens "cosangüineos" da família.


A produção em série não existe na Bottega Veneta, "não há espaço para isto na maison" pontua Tomas Maier.


O aumento de pedidos advindo da profunda qualidade, beleza e exclusividade dos modelos criados por Maier impulsionaram o estilista a criar, em 2006, a Escola de Peleteria Bottega Veneta em colaboração com a Scuola D'Arti Mestieri de Vicenza. " A idéia surgiu" esclarece Maier. Acrescenta, ainda, " Quando a marca passou a ser cada vez mais exitosa nos demos conta de que a forma de vida artezanal, tão importante para nossa identidade, corria o risco de desaparecer. Para nosso futuro e para o da região de veneto , onde a firma tem suas raízes, demos os passos necessários para garantir a continuidade do trabalho manual do couro".





Maier chegou a frente da marca inovando e, para mim, o seu maior trunfo figurou no resgate de grandes ícones da marca....não estou falando de logos desgastados, mas de uma marca mais profunda que contém a essência da Bottega Veneta. O cavalo de tróia de Maier de chama CABAT e se produz nos ateliers de Piacenza, desde que o criador decidiu resgatar o legendário intrecciato( trançado), marca da casa desde seus primórdios. O trabalho no couro é atração nos desfiles da Veneta e se personificou com força total em bolsas, sapatos e cintos. A desejada bolsa de couro de quatro camadas toda en intrecciato, exige para ser produzida 2 pessoas trabalhando durante dois dias e se for em versão multicolor cinco dias.





A atitude de Maier é corajosa e singular, já que atualmente a produção em série domina o mercado diante de todos os fatores impostos pela modernidade, além da manufatura artezanal custar mais e limitar as quantidades produzidas.
Os méritos de Maier são muitos. Os modelos e cortes de suas produções configuram uma mulher moderna e clássica ao mesmo tempo, fundada no eclesiático e classudo estilo austero.


















Tomas Maier é alemão, cresceu ao redor das artes e recebeu uma educação escolar que primava pelo exercício da criatividade. " Coleciono porcelana antiga e fotografia contemporânea; e meus artistas favoritos vão de Velásques ou Zurbarán até Gursky".
Assim, podemos começar a entender quem é Maier, como cria suas coleções singulares e como figura como um marco contrário a conceitos editados pela " moda" ou pelas coleções.
O grande Maier
segue.... assim como o tempo tem lhe dado a razão....e lhe designado como: o fantástico Maier!!!




Fonte: Vogue España.

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